Companheiros,
Durante os últimos dois anos servi da melhor forma possível ao Comitê Municipal do PCB em Queimados, dentro de minhas limitações.
Nos últimos meses, exerci a função de Secretário de Agitação e Propaganda, respondendo pela comunicação do PCB em Queimados, tornando-me também membro da Comissão Política deste organismo no município, já composta, na época, pelos camaradas Rodrigo Dolandeli, Eduardo Motta e Cinésio.
No entanto, devo comunicar a todos meu afastamento do Comitê Municipal do PCB a partir da presente data. Assim sendo, deixo claro a todos que não mais estou apto a emitir qualquer comunicação oficial em nome do PCB.
Permaneço à disposição da Comissão Política do Comitê Municipal e também à disposição das instâncias partidárias superiores, caso seja necessária qualquer forma de contribuição, futuramente, em atividades de reorganização do partido ou em outras que possam concorrer para a construção do processo revolucionário brasileiro.
Esclareço que os motivos que me levam a este afastamento (temporário?) são meramente de ordem pessoal: quero um tempo para refletir sobre vários aspectos do processo revolucionário brasileiro, e sobretudo para experimentar novas práticas de militância que para ele possam contribuir.
Confesso ter minhas dúvidas, neste momento, se os partidos políticos podem contribuir para a construção de um amplo debate sobre a superação do capitalismo, condição fundamental para a sobrevivência da espécie humana.
Me parece que a lógica eleitoral indissociável aos partidos institucionais continua sendo um entrave ao desenvolvimento dessas organizações, e subsequentemente ao desenvolvimento do próprio processo de construção do socialismo.
A história recente da Revolução Bolivariana na América Latina me tem mostrado isso. Vejo que em países onde tal processo se encontra mais evoluído (Equador, Bolívia, Venezuela e recentemente o Paraguai, de Lugo), ouve fortalecimento da esquerda sobretudo através dos organismos populares.
Sim... Eles conduziram ao poder e têm dado sustentação aos governos bolivarianos, e à construção do processo revolucionário rumo ao Socialismo do Século XXI.
Eu preciso de um tempo para refletir melhor sobre todas essas coisas, posto que o partido revolucionário, para o revolucionário, é apenas um instrumento para a construção da revolução e não um fim em si.
Aqueles que não refletem e reposicionam-se na luta são os que frequentemente terminam por se deixar abater. Pensar é fundamental, tanto quanto agir. Busco, pois, a possibilidade de refletir, de pensar e de, subsequentemente, agir.
Aos valorosos camaradas do PCB, o meu muito obrigado por tudo o que me proporcionaram. Peço-lhes perdão tão-somente por eventuais falhas, por talvez não estar à altura do que esperassem de mim. Mas reafirmo a todos: fiz o melhor que podia, sempre.
O agradecimento se extende a todos os demais companheiros de luta pelo socialismo: espero que possamos continuar aprendendo sempre, mutuamente, e trabalhando em conjunto pela revolução.
Força e honra a todos, nas lutas por vir...
carlos ars.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
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