segunda-feira, 28 de julho de 2008

"Eu Quero", de Patativa do Assaré...

Vida que segue. Para fugir do horror, beleza. Poesia é beleza. E Patativa do Assaré, definitivamente, é poesia no que ela tem de melhor, mais viva, mais bela e, sobretudo, mais autêntica. Viva o mestre nordestino!

Eu quero

Quero um chefe brasileiro
Fiel, firme e justiceiro
Capaz de nos proteger
Que do campo até à rua
O povo todo possua
O direito de viver

Quero paz e liberdade
Sossego e fraternidade
Na nossa pátria natal
Desde a cidade ao deserto
Quero o operário liberto
Da exploração patronal

Quero ver do Sul ao Norte
O nosso caboclo forte
Trocar a casa de palha
Por confortável guarida
Quero a terra dividida
Para quem nela trabalha

Eu quero o agregado isento
Do terrível sofrimento
Do maldito cativeiro
Quero ver o meu país
Rico, ditoso e feliz
Livre do jugo estrangeiro

A bem do nosso progresso
Quero o apoio do Congresso
Sobre uma reforma agrária
Que venha por sua vez
Libertar o camponês
Da situação precária

Finalmemte, meus senhores,
Quero ouvir entre os primores
Debaixo do céu de anil
As mais sonoras notas
Dos cantos dos patriotas
Cantando a paz do Brasil


Para quem não conhece e quer saber mais sobre o grande Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, a Wikipédia é um bom começo. No entanto, há muito mais sobre ele por toda a internet. Uma pesquisa no Google pode revelar muito mais. Boa navegação!

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